O Plano de Segurança do Paciente (PSP) da Clínica Referencial Psicológico é um documento essencial que descreve nossas estratégias e ações para a gestão de riscos, visando prevenir incidentes e eventos adversos. Nosso compromisso é garantir a segurança do paciente em todas as etapas do cuidado, desde o primeiro contato até a alta.
A implementação do PSP busca reduzir a probabilidade de danos resultantes da atenção à saúde, focando na melhoria contínua dos processos, na disseminação de uma cultura de segurança, na integração da gestão de risco e na garantia das boas práticas de funcionamento da clínica.
Nosso objetivo é regulamentar as ações de segurança, incluindo o reconhecimento e mapeamento dos riscos específicos da nossa prática e epidemiologia local. Isso estimula a criação de uma cultura de gerenciamento de risco e organiza as estratégias preventivas.
Siglas e Definições Essenciais
Para facilitar a compreensão, apresentamos as siglas e termos técnicos utilizados neste Plano:
- ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
- OMS: Organização Mundial da Saúde
- EA (Evento Adverso): Incidente que resulta em dano à saúde.
- QT (Queixas Técnicas): Reclamações sobre a qualidade de produtos.
- BPF (Boas Práticas de Fabricação): Normas para a produção de produtos.
- RDC: Resolução (norma da ANVISA).
- CNT: Centro Nacional de Tecnovigilância.
- ISO: International Organization for Standardization.
- Notivisa: Sistema Nacional de Notificação para a Vigilância Sanitária.
- PSP: Plano de Segurança do Paciente.
- NSP: Núcleo de Segurança do Paciente.
- SNVS: Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
- PS: Procedimento Sistêmico.
- Gestão de Risco: Aplicação contínua de políticas, procedimentos e recursos para identificar, analisar, avaliar, comunicar e controlar riscos e eventos adversos que afetam a segurança do paciente, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional.
- Incidente: Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário à saúde.
- Near Miss (Quase Incidente): Incidente que não atingiu o paciente, mas que serve como alerta.
- Segurança do Paciente: Redução, ao mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à atenção à saúde.
Gestão e Mapeamento de Riscos
Nosso processo de gerenciamento de riscos é contínuo e colaborativo:
Processo de Mapeamento de Risco
- Estabelecimento da Demanda: Identificação de uma necessidade de avaliação de risco.
- Mapeamento de Risco: Realizado pela responsável da clínica com a colaboração de todos os parceiros e colaboradores.
- Identificação dos Riscos: Coleta de dados sobre possíveis riscos aos pacientes.
- Análise e Classificação dos Riscos: Avaliação da probabilidade e impacto de cada risco.
- Tratamento dos Riscos e Ações Preventivas: Desenvolvimento e implementação de medidas para mitigar ou eliminar os riscos.
Coleta e Análise de Dados
- Coleta Contínua: Além das reuniões semanais e mensais da equipe, disponibilizamos um formulário para a coleta constante de informações sobre riscos ao paciente.
- Vistorias Eventuais: Implementaremos vistorias periódicas para verificar os riscos levantados.
- Análise de Dados: Realizamos reuniões com a equipe administrativa para analisar, classificar os riscos e desenvolver ações corretivas.
Ações Preventivas (em elaboração)
As ações preventivas são a base da nossa cultura de segurança, estendendo-se à comunidade:
- Elaboração e disponibilização de um Manual de Segurança para todos os colaboradores e parceiros da Clínica Referencial Psicológico.
- Criação de um Manual de Segurança Adaptado para os pacientes.
- Associação com ações preventivas e educativas que a clínica oferece à comunidade (ex: ações de prevenção a riscos na saúde mental, primeiros socorros em escolas).
Implementação de Protocolos do Ministério da Saúde
Utilizamos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, baseados em evidências científicas, para padronizar nossos processos de trabalho e elevar a qualidade da assistência. Exemplos de temas que incorporamos são:
- Higienização das Mãos.
- Prevenção de Quedas.
- Identificação Correta do Paciente.
Riscos ao Paciente e Ações Específicas
1. Prevenção de Quedas
Nosso protocolo de prevenção de quedas segue as diretrizes do Ministério da Saúde, ANVISA e Fiocruz.
- Finalidade: Reduzir a ocorrência de quedas e os danos decorrentes, por meio da avaliação de risco do paciente, do cuidado multiprofissional em um ambiente seguro e da educação de pacientes, familiares e profissionais.
- Definição de Queda: Deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com ou sem dano. Inclui quedas da própria altura, de macas/camas ou de assentos.
- Fatores de Risco:
- Demográficos: Crianças menores 5 anos e idosos e maiores 65 anos.
- Psico-cognitivos: Declínio cognitivo, depressão, ansiedade.
- Condições de Saúde: AVC prévio, hipotensão postural, tontura, convulsões, síncope, dor intensa, baixo IMC, anemia, insônia, incontinência, artrite, osteoporose, alterações metabólicas.
- Funcionalidade: Dificuldade em atividades da vida diária, necessidade de auxílio à marcha, fraqueza muscular, amputações, deformidades em membros inferiores.
- Comprometimento Sensorial: Dificuldade de visão, audição ou tato.
- Equilíbrio Corporal: Marcha alterada.
- Uso de Medicamentos: Benzodiazepínicos, antiarrítmicos, anti-histamínicos, antipsicóticos, antidepressivos, digoxina, diuréticos, laxantes, relaxantes musculares, vasodilatadores, hipoglicemiantes orais, insulina e polifarmácia (uso de 4 ou mais medicamentos).
- Outros: Obesidade severa, histórico prévio de queda.
- Classificação de Risco:
- Alto Risco: Paciente independente com pelo menos um fator de risco OU paciente dependente de ajuda de terceiros (com ou sem fator de risco), que anda com auxílio ou se locomove em cadeira de rodas.
- Baixo Risco: Paciente acamado, restrito ao leito, completamente dependente OU indivíduo independente e sem nenhum fator de risco.
- Ações Práticas:
- Desenvolvimento da equipe para identificar fatores de risco.
- Implementação de indicadores de queda na ficha de triagem.
- Desenvolvimento de equipe para ações de intervenção pós-evento.
- Monitoramento contínuo dos indicadores pela responsável da clínica.
2. Higiene das Mãos
Priorizamos a higiene das mãos para prevenir e controlar infecções relacionadas à assistência à saúde, visando a segurança de pacientes e profissionais.
- Implementação: Suporte com álcool em gel em todos os ambientes da clínica (desde 2020), além de informativos que incentivam os pacientes a higienizarem suas mãos ao entrar.
- Definição: Remoção da flora transitória da pele, sujidade, suor, oleosidade, etc., para promover uma assistência segura e evitar a disseminação de microrganismos.
- Recomendação de Procedimento:
- Antes e após o contato com o paciente.
- Após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente em todas as áreas de atendimento.
3. Notificação de Eventos Adversos na ANVISA
A Clínica Referencial Psicológico, ao ser cadastrada para notificar reações adversas, cumpre seu papel social na vigilância sanitária. Nosso objetivo é acompanhar e contribuir para a avaliação da segurança de tecnologias em saúde. Ressaltamos que nossas terapias não preveem prescrição medicamentosa.
- Importância da Notificação: A relação paciente-profissional de saúde é privilegiada para identificar eventuais efeitos adversos de tecnologias em saúde. A simples suspeita de uma possível associação com medicamentos (mesmo que não prescritos por nós, mas em uso pelo paciente) ou outros produtos, e sua notificação ao Notivisa, contribui para a avaliação permanente da relação benefício/risco dos produtos no mercado.
- O que notificar: Qualquer suspeita de evento adverso a medicamentos e cosméticos deve ser notificada, incluindo eventos decorrentes de erro de medicação, uso não aprovado, intoxicação, inefetividade terapêutica e interações medicamentosas.
- Avaliações Recomendadas:
- Assegurar que o início da reação ocorreu após a administração/uso do produto.
- Determinar o intervalo de tempo entre o início do tratamento/uso e o início do evento.
- Discutir com o paciente todos os acontecimentos observados.
- Avaliar a continuidade/cessação da reação após a descontinuação/redução da dose.
- Monitorar recorrência caso o tratamento seja reiniciado.
- Verificar possíveis causas alternativas. Quanto mais informações, mais completo será o relato.
- Ações Práticas para Notificação:
- O profissional que identificar tais reações deve informar a responsável da clínica para que a notificação seja feita à ANVISA.
- Deve ser informado tudo o que se souber sobre o caso, incluindo:
- Sobre o paciente: nome ou iniciais, idade no momento do evento e sexo.
- Sobre o evento: descrição, data, testes laboratoriais relevantes e desfecho.
- Sobre o medicamento/produto: nome, dose, frequência, forma de administração, data da terapia, número do lote, se o evento cessou após interrupção/redução, se reapareceu após reintrodução, e medicamentos/produtos concomitantes.
- Notificador: nome, telefone e especialidade.
- O colaborador deverá preencher o formulário (online) disponibilizado pela clínica para sua notificação interna.
4. Identificação do Paciente
Este protocolo visa garantir a correta identificação do paciente, fundamental para a segurança e para a assistência em casos de risco, como suicídio e violência doméstica.
- Verificação de Dados: Cabe ao profissional que presta assistência verificar os dados coletados na recepção e triagem, como telefones de contato de familiares e/ou amigos.
5. Outros Riscos Específicos à Segurança do Paciente
- Pacientes Menores de Idade: Devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis e não devem permanecer sozinhos na recepção.
- Equipamentos e Jogos Lúdicos: Devem estar em bom estado de conservação e higiene.
- Consentimento Informado: Obtenção de consentimento informado sobre riscos de automutilação e suicídio e o plano de manejo.
- Proteção a Risco de Violência Doméstica: Realização de notificação à vigilância epidemiológica em casos suspeitos ou confirmados.
- Situação de Crise: Protocolos para manejo de crises psíquicas agudas durante sessões de avaliação e triagem.