Pensando a volta às aulas

Pensando sobre a volta às aulas

Para alguns, somente mencionar a volta às aulas já poderá gerar um “arrepio”, pois logo lembramos da rotina e dos desafios de um ano letivo que teremos pela frente.  Sejamos nós alunos, pais ou profissionais da educação, todos vivemos o retorno e suas dinâmicas, desafios, sabores e dessabores.

A cada novo ano que inicia, independente da idade que a criança ou jovem tenha, a adaptação ou readaptação irá acontecer. Não é somente uma tarefa para crianças do maternal ou das etapas iniciais, é uma tarefa que sempre ocorrerá quando retomamos qualquer tarefa, em qualquer idade ou etapa da educação. Significa que um ciclo encerrou e um novo irá reiniciar, significa encontros e despedidas, significa o novo que nos espera, significa na verdade inúmeros elementos subjetivos. Então, como podemos pensar que basta voltar as aulas, comprar o material escolar e uniformes, encontrar a nova sala de aula, talvez encontrar novos colegas, talvez novos alunos e “pronto”, segue o ano letivo como todos os outros dias.

Então o que podemos esperar deste período de retomada de atividades e rotinas? Podemos esperar muito trabalho para colocar tudo em dia e juntamente com todas as tarefas objetivas e práticas, dar conta de outro tipo de tarefa, uma tarefa emocional.  O retorno as aulas, desde o retorno do isolamento social devido a pandemia exige de todos nós novas estratégias e novas adaptações.

A pandemia e o isolamento social, as aulas online, os novos ritmos e formas de relacionamento e aprendizagem ainda estão ecoando nas entrelinhas de nossas vidas e no cotidiano escolar. Tudo mudou e desde o retorno no final de 2021 ou início de 2022 estamos nos adaptando a estas mudanças, mesmo que nos discursos não tenhamos espaço para se dizer o quanto foi sofrido e desejado voltar a vida presencial.

Para muitos adolescentes o retorno as aulas trouxe desafios potencializados, como o reencontro com colegas de forma presencial, sem a distância protetiva das telas e foi fonte de muitas angústias compartilhadas em salas de psicoterapia. Assim como, também são fontes de angústias as demandas de aprendizagem e reaprendizagem do processo de estar em sala de aula, habitar o colégio e seu novo corpo que mudou dentro de casa durante o isolamento.

Então não se espante se o seu filho disser que está ansioso sobre a volta as aulas, ou que não quer voltar ao colégio, ou se ele manifestar tudo isso em comportamento desafiador e irritável. Voltar as aulas, durante um bom tempo vai ser a chance de rememorar o afastamento, repensar e elaborar todo o período intenso que vivemos. E lembre-se que nossos adolescentes passaram sua crise vital, onde o grupo é tão importante, isolados em seus universos e quartos, desta forma apresentar manifestações emocionais diferentes do entusiasmo ao retorno será esperado e não significará de imediato algo patológico.

Conversar é sempre a dica preciosa que podemos lhe dar, mas esta conversa precisa ser movida por uma escuta verdadeiramente presente e acolhedora, e então posteriormente para poderemos colocarmos nosso ponto de vista e ajudar nossos jovens com os medos e as angústias neste retorno.

Porém caso você observe recusa intensa, grande irritabilidade, dificuldade em relacionamento ou outro comportamento atípico em seu filho ou filha, procure ajuda especializada.

Uma atenção psicoterapêutica pontual neste período pode ser indicado e irá ajudar na prevenção de futuros sofrimentos.

Procure um psicólogo! Conte conosco!

Cristiane Vieira – Psicóloga CRP 07/08159

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